Relação entre as pessoas com demências e animais de estimação

Relação entre as pessoas com demências e animais de estimação

Tempo de leitura: 4 minutos

Os animais de estimação levam alegria aos ambientes, chamam a atenção e aguçam os sentidos das pessoas. Seja um cachorro, um gato, um passarinho ou um hamster, eles atraem os olhares, despertam interesse, estimulam as pessoas. Porém, os benefícios vão além do simples encantamento, já que o convívio com animais pode ser benéfico para pessoas que enfrentam doenças demências.

Entre as doenças demenciais mais comuns que atingem as pessoas com o avançar da idade estão a Doença de Alzheimer e a Doença de Parkinson. Essas condições, em sua maioria, atingem idosas, causando um declínio progressivo no funcionamento da pessoa.

Mas a convivência, seja constante ou esporádica, com um animal de estimação, pode ajudar o idoso com uma doença senil a ter mais qualidade de vida. Veja a seguir alguns sintomas das doenças demenciais que podem ser impactados pela chegada de um pet à rotina.

DIMINUIÇÃO DO MAU HUMOR

As doenças demenciais, como o Alzheimer, alteram o humor e o comportamento das pessoas diagnosticadas. Sendo assim, uma característica comum é a irritabilidade.

O animal de estimação, portanto, acalma o idoso e é um aliado contra o estresse.

Uma pesquisa da National Center for Biotechnology Information, nos Estados Unidos, identificou em 2018 que os idosos se sentem melhores na companhia de animais domésticos do que quando estão sozinhos ou na companhia de humanos.

AUXÍLIO NA MOBILIDADE

Os idosos com demências que ainda conseguem andar tendem a ficar mais tempo sentados ou deitados durante o dia por falta de outras opções. Contudo, os pets são uma boa desculpa para uma caminhada matinal.

Os cachorros, neste caso, são os preferidos das famílias, pois eles podem ser colocados na coleira para uma volta dentro do lar ou nos arredores da casa. Assim, o idoso movimenta os músculos e ainda toma sol, que é útil para a produção de vitamina D.

REFORÇO NO AUTOCUIDADO

Com o passar do tempo, as doenças demenciais vão comprometendo as funções cognitivas e a memória. Os idosos tendem a se esquecer de se alimentar, de pentear os cabelos, de trocar de roupa ou escovar os dentes, por exemplo.

Contudo, ao cuidarem de um pet associam os cuidados com a ideia de autocuidado. Logo, ao darem ração para o cachorro ou água para o gato, tema percepção que também precisam se cuidar.

AUXÍLIO ÀS ATIVIDADES COGNITIVAS

Os idosos com demências praticam atividades manuais ao cuidar dos animais, que também estimulam o cognitivo.

Seja para pentear os pelos do cachorro ou trocar o alpiste da gaiola do passarinho, o indivíduo faz movimentos físicos repetidos, trazendo assim benefícios para a saúde ao manter a mobilidade.

Quando esses movimentos são feitos de maneira estruturada, como uma sessão de terapia com animais, estimulam as funções cognitivas.

DESPERTAR DO AFETO

Outro estudo da National Center for Biotechnology Information evidenciou que dois terços das pessoas idosas consideram o pet seu melhor amigo e, portanto, se sentem mais felizes e dispostas na presença deles.

Como a memória afetiva é a última a desaparecer no caso de uma doença neurodegenerativa, a relação com um animal de estimação desperta o afeto e o carinho do idoso, mantendo-o com bom estado de ânimo.

Para que haja uma relação harmoniosa entre idosos e pets é importante se atentar para o bem-estar do idoso e, ao mesmo tempo, do animal.

Sendo assim, é importante que os familiares ou cuidadores ajudem a zelar pela saúde do animal, mantendo a alimentação, a higiene e a vacinação em dia.

Afinal, é sempre bom lembrar que a imunidade da pessoa idosa tende a ser mais baixa e que os animais também transmitem doenças, mesmo que de forma involuntária.

O ambiente para o pet e a pessoa que enfrenta uma demência deve ser favorável a existência harmoniosa dos dois, em conjunto.

crédito da imagem: Vinícius Lôbo

Fonte:

Nai Ming Lai, Sharon Mei Wern Chang, Siok Shen Ng, Fiona Stanaway, Shir Ley Tan, and Nathorn Chaiyakunapruk; [Animal‐assisted therapy for dementia] Taylor’s University, School of Medicine, Subang Jaya Malaysia, Published online 2019 Jan 14. doi: 10.1002/14651858.CD013243 PMCID: PMC6353104. Cochrane Database Syst Rev. 2019; 2019(1): CD013243

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