Preparação para o mercado de trabalho

Preparação para o mercado de trabalho

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Carolina Maria Xaubet Olivera é Doutora em Ciências e Mestre em Ciências Farmacêuticas pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo. Atualmente, membro da equipe de farmacêuticos do Centro Brasileiro de Informação sobre Medicamentos – Cebrim, do Conselho Federal de Farmácia.


A preparação para o mercado de trabalho deve se iniciar desde o momento da escolha da profissão. É importante que o aluno do ensino médio procure identificar suas habilidades e conhecer as peculiaridades das opções de profissões e comparar as suas expectativas com a realidade. O sucesso começa quando se faz aquilo que se gosta, como afirmou o maestro Paulo Torres: “Quando fazemos o que se gosta, não se trabalha.” 

Após selecionada a profissão, é necessário avaliar as opções de cursos de graduação disponíveis tanto quanto à viabilidade econômica quanto à pessoal. É importante avaliar a grade curricular, instalações, recursos, atividades extracurriculares, projetos de extensão, opções de estágio, iniciação científica e principalmente, se o curso de graduação em ensino superior em questão é reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC).  

Uma vez ingressando, como por exemplo, no curso de graduação em Farmácia, é preciso obter o melhor desempenho possível, e em consequência uma melhor avaliação, iniciando assim a formação profissional. Sugere-se que o graduando elabore o currículo lattes na Plataforma Lattes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq. A maioria dos processos seletivos solicita o currículo lattes atualizado. Lembrando que, após a elaboração/atualização do currículo, ele ficará disponível somente após 24h. O colega precisa estar pronto e a postos e ser rápido para aproveitar as oportunidades quando surgirem.

Nunca esqueci o que um professor do cursinho pré-vestibular disse para a minha turma: “Hoje não basta ser mais um, é preciso ser o melhor”. Aquela frase impactou a minha vida e já mostrava o que teria que enfrentar: processos seletivos, concorrência, estudo, esforço, persistência e  assim por diante…

As características desejáveis de um profissional no mercado de trabalho atual são:

1. Cuidado pessoal. Cuide de sua saúde física e mental e de sua aparência. Lembrando que a melhor forma de influenciar os outros no campo da saúde é pelo exemplo.

2. Proatividade. Ser proativo é assumir responsabilidade de decisões tomadas, se antever perante situações e realizar um esforço para atingir um resultado e fazer algo acontecer. 

3. Produtividade. Alcançar resultados em tempo hábil para atender as demandas e gerar produtos.

4. Iniciativa. Ação daquele que é o primeiro a propor e/ou a realizar qualquer coisa, ou seja, fazer mais do que é dever.

5. Inovação. Ser flexível, estar aberto a novas ideias, criar algo novo, é sempre bem-vindo para as organizações.

6. Criatividade.Creativity is intelligence having fun! Albert Einstein.

7. Tenha conhecimento de outros idiomas, principalmente o inglês. A grande maioria das fontes de informações estão disponíveis em inglês. Quanto maior o domínio de idiomas, melhor.

8. Rendimento. Se por um lado é necessário ter conhecimento, por outro é importante que as funções sejam realizadas com agilidade, sem demora para suprir a demanda recebida.

9. Concentração. Precisa-se de profissionais que se concentrem no que fazem, para evitarem o erro, e por consequência a repetição de correções.

10. Pontualidade. Evitar atrasos tanto no cumprimento dos compromissos.

11. Responsabilidade. Começa em assumir apenas compromissos que possamos cumprir.

12. Honestidade. A citação da escritora Ellen G. White diz tudo A maior necessidade do mundo é a de homens – homens que não se comprem nem se vendam”. 

13. Conhecimento em informática. É necessário devido ao mundo cada vez mais virtual; e conhecer alguns macetes agiliza muito o trabalho.

14. Atualização constante. É utopia pensar que irá concluir o curso de graduação sabendo tudo o que precisa para o exercício da profissão. No curso de graduação, nós adquirimos o conhecimento básico, o qual, após a conclusão, precisa ser atualizado e complementado, seja por estudo, seja por cursos de pós-graduação ou residências multiprofissionais. É imprescindível que o farmacêutico esteja a par das resoluções que regem o seu exercício profissional e não infringi-las para que a sua atuação profissional tenha respaldo legal, evitando assim, que venha a ser submetido a processos éticos ou administrativos. É importante também acessar periodicamente as publicações das resoluções da Agência Nacional Sanitária – Anvisa , assim como, as leis e os decretos federais.

15. Experiência.  Adquire-se com os erros e não com os acertos no decorrer do exercício profissional. A interação social é importante para aprender com a experiência dos demais e diminuir a ocorrência dos erros.

16. Trabalho em equipe. Seja no hospital, na drogaria, na indústria, no laboratório de análises clínicas, o farmacêutico está rodeado de outros profissionais e precisa se comunicar e procurar interagir com os demais de forma harmoniosa.

E para concluir, segundo a Organização Mundial da Saúde e a Federação Internacional de Farmacêuticos (2006), o farmacêutico sete estrelas é aquele que é um prestador de serviços farmacêuticos em uma equipe de saúde, capaz de tomar decisões, comunicador, líder, gerente, atualizado permanentemente (pesquisador) e educador.

Em casos de dúvidas em relação ao exercício profissional, os farmacêuticos podem entrar em contato com o respectivo Conselho Regional de sua jurisdição ou com a equipe da Assessoria Técnica-Científica do Conselho Federal de Farmácia via e-mail ou telefone. E em relação a dúvidas sobre medicamentos podem consultar o Centro Brasileiro de Informação sobre Medicamentos – Cebrim por meio do cadastro da solicitação de informação na plataforma Sistema de Informação Farmacoterapêutica – Sifar do Conselho Federal de Farmácia.

Lembrando que para o exercício da profissão é obrigatório o registro no CRF da jurisdição que irá atuar (Art.13 da Lei nº 3.820 de 1960) e para efeito de registro de certificados e títulos na carteira profissional, estão previstas 135 especialidades.

Referência

World Health Organization, International Pharmaceutical Federation – WHO-FIP. Developing pharmacy practice A focus on patient care. Handbook 2006: 97. 

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